quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Banda Larga, onde estamos ?

Acompanhando a Internet no Brasil desde os primórdios, ou será que poderiamos chamar de pré-história da Rede das Redes ? Sim, pois me lembro ainda da primeira conexão feita entre Fapesp, USP e Unicamp, com modems de 4800 bps no link da Fapesp com o Fermilab (Fermi National Accelerator Laboratory), entre Fapesp-USP, e um entre Fapesp-Unicamp. Me arrisco aqui em algumas considerações e por que não críticas ao nosso atual estágio de conexão e velocidades médias. 


Para quem acha ridículas as velocidades acima (e hoje são mesmo, aliás nem mais existem, a não ser quando seu provedor não funciona e te dá desespero quando faz uma medição), nos anos de 1988/89 até que não eram tão problemáticas, pois o WWW engatinhava e o que trocavamos entre os computadores eram textos de e-mail, arquivos (pequenos) e login em máquinas remotas. A Internet no Brasil era só acadêmica e nos preparavamos para convencer as operadoras (estatais na época) que isto seria um bom
negócio. Quem ainda quer ver um pouco do passado, leia uma boa reportagem do TecMundo em 2011, "20 anos de internet no Brasil: aonde chegamos?", outra entrevista de 2014 com o Demi Getschko, Olhar Digital


Quase 10 anos depois, colaborei com testes em Cable Modems (modelos Lan-City da extinta Digital Equipment Corporation) na rede de cabos da empresa VC-TV a Cabo de Campinas (adquirida por um grupo Argentino e posteriormente pela NET). Detalhe, esta rede na época não estava ainda preparada para uso de dados two-way, o que nos obrigava a ajustar frequências quase que diariamente para continuar testando. Como num post anterior aqui, fui buscar a matéria da Folha que guardo com carinho em papel, mas nem precisou olha aí no acervo da Folha o caderno todo da então Folha Informática de 07/08/1996 com a matéria de capa "Campinas testa Internet via TV a Cabo" e nas páginas internas a matéria completa. 

Bom chega de saudosismo ! Agora em 2015 Onde estamos afinal com nossas conexões de Internet tão imprescindíveis à vida de qualquer pessoa hoje em  dia ? O Brasil tem destaque em algumas coisas como penetração da Internet, considerando número de endereços IPV4, somos o 3o país com 48.167.070 de endereços e um crescimento YoY de 17%. Teria sido fruto de um lote generoso lá no passado ? Outra consideração é o declínio de IPV4 em alguns países, que mostra a adoção mais rápida do IPV6, coisa que parece que mais uma vez vai atrasar no Brasil. Entre os 10 países com maior tráfego de IPV6 no Q1-2015 o único país Latino Americano que aparece é o Peru, com 13%.

Se por um lado aparecemos bem em números de conexões, considerando endereços IPV4, lamentável dizer que em velocidade média estamos muito abaixo de vários países. Triste constatar isto, alguém que ajudou a testar Cable Modems de 10 Mbps a 20 anos (no teste eu e o Roberto Piloto tinhamos a velocidade da rede local da Unicamp em nossas casas). Aparecemos na lista em 89o lugar globalmente, no relatório da Akamai (akamai’s [state of the internet]Q1 2015 report). Melhoramos algumas posições se pensamos em Pico das conexões, 82o lugar, mas ainda abaixo de países amigos aqui da America do Sul. Não deixe de ler o relatório completo. 



Creio que não seja necessário discorrer aqui da importância de termos uma posição melhor em Ranking de penetração e velocidade média de Internet, já que informação hoje é força motriz para a sociedade cada vez mais conectada. Outro dia li o post do Nizan Guanaes no LinkedIN, "Eu sou Investment Grade" , sobre o rebaixamento da nota do Brasil pela S&P, onde várias Instituições e setores foram mencionados por ele, como excelência no Brasil. 

A Internet Brasileira, precisa urgente de Investimentos para dar uma arrancada nestas posições, e aí o setor poderá dizer também  "Eu sou Investment Grade". 

Contato: @ marcal@myconsulting.in M +55-19-99811-4455 T +55-19-38715025



2 comentários:

Unknown disse...

Muito bom o texto meu amigo Coringuinha Marçal.

Vou verificar outras publicações suas.

Grande abraço

Silvio Kanda

Marçal dos Santos disse...

Obrigado Silvio. Não tem muita regularidade os textos, mas as vezes aparece. Abraços do lider !

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Há mais de 30 anos, Marçal dos Santos (My Consulting) tem trabalhado com problemas de TI (Tecnologia da Informação) e Telecom (Telecomunicações) em instituições e empresas como a Ericsson, Tellabs, Maksen Consulting, Alcatel-Lucent, Universidade Estadual de Campinas, Sisco Sistemas, Datapart, Instituto Agronômico de Campinas, para as quais situações diversas do dia-dia da infraestrutura de informática e redes foram administradas no que diz respeito a Design, Implementação, Operação, Suporte, Otimização, Monitoramento e tomada de decisão, bem como oferecidas soluções de Provedores Globais do mercado (Ericsson, Alcatel-Lucent, Tellabs).